Para o empresário que fechou o ano no azul é hora de pensar racionalmente sobre o que fazer com a sobra do caixa. Uma decisão bem pensada pode fazer toda a diferença para o futuro da empresa.
Crédito no caixa é um bom sinal, mas é preciso, em primeiro lugar, saber se essa quantia é lucro da operação ou capital de giro. Para isso é necessário analisar o demonstrativo de resultados, balanço patrimonial e/ou fluxo de caixa. Se já houver projeção de vendas, custos e despesas do período seguinte a avaliação fica ainda mais completa. Com essas definições é hora de pensar em aplicações. Algumas opções são investimentos em equipamentos e infraestrutura; atualização de frota; produtos financeiros; criação ou ampliação de um fundo de reserva para períodos críticos; reserva de marketing para impulsionar vendas; reserva para capital de giro, prevendo aumento de vendas no ano seguinte, entre outros.
Deixar dinheiro em caixa sem real destinação não é indicado, ele deve conter apenas o necessário para o giro mensal da empresa, o chamado caixa mínimo. Essa quantia é a soma do valor médio mensal para cobrir as saídas com custos e despesas da empresa. Imagine uma indústria que recebe em média R$ 100 mil por mês de suas vendas. Seus custos e despesas são em média R$ 70 mil ao mês, sobrando no caixa R$ 30 mil. Se a empresa não receber nada no mês seguinte, ainda sim serão necessários R$ 70 mil para pagar os fornecedores. Nesse caso, ter um caixa excedente de R$ 70 mil é uma decisão coerente. Se a empresa tem uma projeção de vendas e/ou histórico mais confiável e prevê uma entrada de ao menos R$ 50 mil, então o caixa mínimo seria de apenas R$ 20 mil (R$ 70 mil despesas – R$ 50 mil entradas). Ou seja, dinheiro parado não é produtivo. Se há sobra, invista. Deixe em conta corrente apenas aquilo que é giro imediato.
Além disso, em um momento de incertezas econômicas no qual o Brasil vive é importante analisar o cenário de forma individual. Se a empresa projeta um cenário ruim, as sobras de caixa devem ser usadas para aumentar reservas ou investir em campanhas para não diminuir vendas. Se a projeção for positiva, deve se investir em projetos alinhados com essa meta. Cada empresa possui uma característica de atuação no mercado, por isso a decisão do que fazer com as sobras de caixa variam de caso para caso. Para que uma boa decisão seja tomada ela precisa ser feita baseada em dados e fatos e números confiáveis. Empresas bem sucedidas possuem projeções, orçamentos e planos rigorosos de aplicação dos recursos de caixa, levando em consideração todos os tipos de cenários econômicos, sejam pessimistas, realistas ou otimistas.
Seja profissional e bons negócios!
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