A retração da indústria, a inflação e a baixa taxa de investimentos criou um cenário desfavorável para o crescimento econômico do país, e por isso será um ano marcado por uma série de reajustes, que devem evitar uma grande crise econômica. Considerando esse cenário, a dica para manter as contas em dia é se inteirar sobre todas as taxas de reajuste, provisionar e reorganizar sua rotina financeira. Para isso é importante que você saiba todos os produtos e serviços que já sofreram ou vão sofrer reajuste em 2015:
Crédito Pessoal
O governo aumentou o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) que incide nas operações de crédito para o consumidor. A alíquota passou de 1,5% para 3% ao ano. Esse valor será cobrado além dos 0,38% que incidem na abertura das operações de crédito. Com essa medida, o governo espera arrecadar R$ 7,38 bilhões neste ano.
Taxa de Juros
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu elevar os juros básicos da economia de 11,75% para 12,25% ao ano. Com a decisão de aumentar a taxa Selic em 0,5 ponto percentual, os juros sobem ao maior patamar desde meados de 2011, ou seja, em três anos e meio. Com taxas mais altas, a instituição tenta controlar o crédito e o consumo e, assim, segurar a inflação. E isso significa juros em alta para o consumidor.
Financiamento Imobiliário
A Caixa Econômica Federal aumentou as taxas de juros do financiamento imobiliário para contratos novos. Não foram alteradas as taxas de juros dos financiamentos habitacionais contratados com recursos do Programa Minha Casa Minha Vida e do FGTS. Foram corrigidas as taxas de juros das operações para financiamento de imóveis residenciais contratadas com recursos da poupança (SBPE). De acordo com a Caixa, a mudança afeta quem tem renda acima de R$ 5,4 mil, que não utiliza os financiamentos habitacionais contratados com recursos do FGTS. A taxa de juros cobrada pelo Sistema de Financiamento Habitacional (SFH), que financia imóveis de até R$ 750 mil com recursos tanto do FGTS como da poupança, permanece em 9,15% para quem não é cliente do banco e sofre alteração para quem é cliente, incluindo servidores públicos. Já pelo Sistema de Financiamento Imobiliário (SFI), que financia imóveis com valor acima de R$ 750 mil, a taxa de juros anual passará de 9,2% para 11% para os não-clientes.
Combustíveis
A tributação incidente sobre a gasolina e o diesel foi elevada, conforme o decreto presidencial 8.395, publicado no “Diário Oficial da União” em janeiro. O impacto do aumento da tributação foi de R$ 0,22 para a gasolina e de R$ 0,15 para o diesel. A expectativa do governo é arrecadar R$ 12,18 bilhões com esta medida em 2015. O sindicato que representa os postos de combustíveis decretou o repasse integral desses valores para o consumidor.
Conta de luz
A Agência Nacional de Energia Elétrica aprovou o reajuste extra para distribuidoras de todo o país e ainda um aumento das tarifas do sistema de bandeiras. O aumento médio foi de 28,7% para as regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste e de 5,5% para o Norte e Nordeste. Vale ressaltar que esse é o aumento médio, porque o valor exato depende do reajuste das distribuidoras da sua região. Tem ainda o aumento das bandeiras tarifárias, que é quando o governo usa energia das usinas térmicas para garantir o fornecimento do sistema elétrico. Nesse sistema a bandeira verde significa “custos baixos” para gerar a energia e nenhum acréscimo na tarifa. A bandeira amarela indica um sinal de atenção, pois os custos de geração estão aumentando e a tarifa sofre acréscimo de R$ 2,50 para cada 100 quilowatt-hora (KWh) consumidos. Já a bandeira vermelha sinaliza que a oferta de energia para atender a demanda dos consumidores ocorre com maiores custos de geração, nesse caso, a tarifa sofre acréscimo de R$ 5,50 para cada 100 KWh consumidos.
Transporte Público
O valor da passagem de ônibus em Curitiba ficou mais caro esse ano também. O preço passou de R$ 2,85 para R$ 3,15 para quem for pagar com o cartão transporte, e R$ 3,30 para o pagamento em dinheiro. A tarifa domingueira, que desde 2014 também pode ser paga com cartão, não teve reajuste e permanece em R$ 1,50. A linha Circular Centro passa de R$ 1,80 para R$ 2,00, e a linha turismo de R$ 30,00 para R$ 35,00 com direito a um embarque e quatro reembarques.
Produtos Importados
A partir de maio, as alíquotas do Imposto de Importação avançarão de 9,25% para 11,75%. O objetivo é compensar a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que excluiu o ICMS das importações. A expectativa é arrecadar R$ 694 milhões neste ano, segundo o Ministério da Fazenda.
Cosméticos
A partir de maio deste ano deverá haver o aumento da tributação sobre batons, esmaltes, laquês, alisadores de cabelos, maquiagens para olhos (rímel, sombra e delineador, por exemplo), além de cremes de barbear, sais aromáticos para banhos e odorizadores de ambiente. Shampoos e condicionadores não serão afetados. O presidente da Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec), João Carlos Basílio, estima impacto de 12% nos preços dos produtos afetados. Segundo ele, deverá haver queda de vendas e, consequentemente, demissões.
Seja profissional e bons negócios!
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