Estudo de Caso de Falência

 

Melhor do que aprender com os próprios erros é aprender com os erros dos outros, não é mesmo?! Hoje vou te contar um caso de (in)sucesso, ou anticase como alguns dizem, que tive há alguns anos e o que você pode aprender com alguns erros gerenciais meus na época (Coisa de amador!).

 

Eu tinha 17 anos, trabalhava como caixa de um posto de gasolina e estava muito próximo de vir  a ser o gerente. Nada mal para alguém de 17 anos! Mas eu sempre tive um espírito empreendedor, então estava sempre antenado com as oportunidades ao meu redor. Certo dia, tive um insight de abrir uma banca de revistas, pois na minha cidade só tinha apenas uma papelaria que vendia uma meia dúzia de revistas e jornais. Era inadmissível que aquela cidade não tivesse nenhuma revistaria decente.

 

Pedi demissão do posto e fui empreender. Não sabia nada, absolutamente nada de gestão de uma empresa. Só tinha uma oportunidade real nas mãos e uma enorme vontade de fazer acontecer. Então montei a revistaria. Ficou linda, bem localizada, comecei fazer parcerias, promoções, atender bem e todas aquelas coisas que você faz quando está empolgado. Tinha até cafezinho para os clientes irem lá bater papo comigo. 🙂

 

O negócio começou a prosperar e o caixa crescer. Então, investi em instalações mais modernas, balcão, prateleiras e a revistaria ficou um “brinco”! Tudo isso na esperança de aumentar mais as vendas. Porém, havia um problema: o comércio de revistas é feito por consignação com as distribuidoras, então era óbvio que eu tinha um monte de dinheiro na mão, mas apenas um percentual (18% pra ser exato) era realmente meu. Os retantes 82% eram das distribuidoras.

 

Ao investir em instalações, o que eu fiz foi imobilizar meu capital de giro, incluindo o das distribuidoras. Com isso entrei numa ciranda muito comum nas empresas hoje, que é a MÁ ADMINISTRAÇÃO DO CAPITAL DE GIRO. No meu caso, imobilizei tanto meu capital de giro, quanto o dinheiro que nem era meu!! Resultado: todo final de mês era um parto para quitar as faturas dos distribuidores. A partir daí, errei de novo! 🙁  Fiz um empréstimo! Outra situação muito comum nos negócios. O problema não é pegar dinheiro emprestado, mas a falta de planejamento dele é que é o erro. O custo desse dinheiro é um problema se você não tem um cálculo exato das taxas e prazos que está incorrendo.

 

Hoje vejo claramente esses dois erros muito básicos na gestão de qualquer empresa, de qualquer porte: Falta de planejamento e má gestão do capital de giro. Como fui amador nesses aspectos, meu destino estava escrito e carimbado na minha memória de empreendedor: FALÊNCIA. Em menos de um ano, vendi a revistaria para outro e fui fazer administração pra entender mais de negócios! O espírito empreendedor estava vivo, mas eu não podia continuar sendo tão amador daquele jeito.

 

Resumindo, não seja amador nos seus negócios! Sua empresa, seja um quiosque, escritório, loja ou indústria, precisa de uma gestão profissional. As estatísticas não me deixam mentir: a maior parte das empresas fecham suas portas por falta de planejamento estratégico e gestão financeira. Planeje e preste atenção no capital de giro da sua empresa, pois ele é extremamente importante. Há um certo ditado que diz: “Faturamento é ego, Lucro (contábil) é conceito e o Caixa é o REI.”

 

Seja profissional e bons negócios!

 

 

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