5 razões para NÃO misturar as despesas da empresa com as despesas dos sócios.

Apesar de contraindicado, é muito comum misturar as despesas da empresa com as despesas dos sócios. Mas o que isso pode trazer de problemas?

São vários aspectos negativos que surgem ao misturar as finanças da empresa com as finanças pessoais dos sócios.

Essa prática pode gerar consequências fatais para o negócio e também para a pessoa física. Vejamos:

1) Análises prejudicadas

Como o empresário ou gestor poderá fazer uma análise de despesas, se no meio das saídas existem diversas contas pessoais, tais como parcelas do carro, mensalidade da escolinha dos filhos, faturas de cartão de crédito, supermercado, etc.?

Os relatórios ficarão totalmente “poluídos” com despesas que não dizem respeito à operação da empresa.

Solução: Usar a conta bancária da pessoa física para despesas pessoas. Se isso não for possível, classificar todas as despesas pessoais como “Distribuição de Lucros” ou “Retirada de Lucros”;

2) Afeta o planejamento empresarial

Se toda vez que os sócios precisam de dinheiro eles vão até o caixa da empresa e sacam o recurso, como é que pode haver algum planejamento de caixa na empresa?

Segundo o Sebrae, uma das principais causas de falências das empresas é a má gestão do fluxo de caixa.

Quando os sócios sacam dinheiro indefinidamente para suprir despesas pessoais, o fluxo de caixa está sendo diretamente afetado.

Solução: Defina uma retirada fixa ou pró-labore para os sócios. Isso facilitará muito a gestão do caixa da empresa e de quebra isso o ajudará a planejar melhor as suas finanças pessoais;

3) Afeta o planejamento pessoal

Quando não existe retirada fixa mensal, os sócios sofrem para realizar o planejamento pessoal.

Perguntas comuns são: Consigo pagar a parcela do carro, da escola, do plano de saúde, fazer reservas de segurança, férias, material escolar, fatura do cartão de crédito?

Se não se sabe ao certo o valor de retirada mensal, fica impossível se programar para as despesas do mês.

Solução: É a mesma dita no item anterior. Defina uma retirada fixa ou pró-labore para os sócios;

4) Problemas com a Receita Federal

Cada dia mais a Receita Federal está melhorando seus sistemas e fechando o cerco contra práticas ilícitas.

O cerco acontece por meio do cruzamento de dados dos bancos, CPF, CNPJ e declarações oficiais (IRPF, IRPJ, DASN, só pra citar algumas).

São utilizadas as declarações oficiais (IRPF, IRPJ, DASN, etc.), retiradas de lucros antecipadas, vendas em máquinas de cartão e por aí vai.

A RFB, bancos diferentes, retiradas de lucros antecipadas (quando muitas vezes não existe o lucro de verdade) e por aí vai.

Resumindo: uma verdadeira salada! E a probabilidade de cair numa malha fina só aumenta com tudo isso.

Solução: Para efetuar pagamentos pessoais, sempre transfira para a conta corrente da pessoa física e faça o pagamento da despesa pessoal por lá.

O ideal é que seja transferido apenas o pagamento do pró-labore fixo.  E apenas no final da apuração do lucro contábil, fazer a distribuição de lucros.

5) Expõe a vida privada dos sócios para a empresa

Se existem funcionários que ajudam na gestão financeira da empresa, eles saberão de todas as despesas da vida dos sócios.

Essa desorganização é chata e desnecessária.

Além de tudo isso, você estará destinando um funcionário para tratar de assuntos pessoais, o que não é adequado, principalmente se não existe um acordo prévio para tal função “extra”.

Solução: Com a definição e transferência bancária do valor fixo mensal, não há esse problema.

Apresentei essas 5 razões para não misturar as despesas da empresa com as despesas dos sócios, porque já vi todas ocorrerem em inúmeras empresas.

Algumas cometiam um ou dois erros listados acima, outras tantas cometiam todos os erros!

Os impactos apontados são claros e reais. Recomendo prestar atenção e engajar nessa organização financeira dentro do seu negócio.

Seja profissional e bons negócios!